sexta-feira, fevereiro 14

Do logos à episteme


 

Quem disse que aprender é fácil. Esse, meu caro, errou e errou feio.

Arrancar do amago da vida a verdade, Aquilo que difere o belo da fealdade

Que traduz o desvio em esteio. É tarefa árdua, pois é o fim, não o meio


Dos numerais tirar a lógica do universo. E dela, a razão entre côncavo e convexo

Das “logias” o entendimento maior de nós mesmos

Ver na agonia, no caos em que vivemos, 

O sentido maior do porquê nascemos,

aquilo que justifique nossa dor, nossos complexos.


Do estudo da Terra e suas grafias, entendê-la como Gaia, mulher, mãe e finita

Para além dos seus “cardeais”, sua “Geo”, suas entranhas, estranhas, intrínsecas, perceber

Gaia como “alguém”, que nasce, cresce, envelhece e pode perecer. 

“Alguém”, que como todo mundo, não pode só ofertar, dar, sem nada receber. 

Tratados, promessas hão de enternecê-la, mas cuidado e respeito é o que Ela espera 

daquele ser, sapiens, filho… que a habita.


“Eu sou o que sou aqui e agora”, dizem os céticos imediatistas

Legando à História meras lembranças, brisas de esquecimento

Mas querer saber quem sou sem saber quem fui, reaprender a si mesmo a todo momento

É no mínimo uma didática niilista, que desaprende o valor da experiência 

e nos torna meros errantes, ingênuos otimistas 

É uma matemática existencialista simples: quem fui mais o que sou resultando em um EU melhor, 

Menos caótico, menos insensível.


Do pó ou da ameba? Eis a questão? A Biologia diria que não

Os seres vivos muito mais coisas são

que tão somente, meramente a teimosa teima

Entre um inglês e a Católica Santa Igreja

Não tem só a ver com o Monera, o Fungi ou o Protista

Observar, classificar os vivos muito mais conhecimento enseja

Dela depende quanto tempo temos e poderemos ter


Sem ela não teria o remédio que cura a doença

A bebida que inebria e faz suportar

A tabela que periodiza todos os elementos

Faz do químico ao alquimista seu altar

É a mesma que eleva e pode destruir

É a tal da Química que salva e pode matar

(inacabada)

Cristian Menezes

Nenhum comentário:

Postar um comentário