Guardamos nossas flores de
papel...
Um gesto simples, que macula o
poder de palavras que não deveriam ser ditas
Desmente atitudes que não
poderiam ser tomadas
E deixa nas mãos dos que as
ofertaram, não perfume, como rezam os poetas,
Mas intenções de sabores ainda
não provados
Guardamos nossas flores de
papel...
E com elas, os sorrisos, os
olhares, os toques na pele, o cheiro do cabelo...
Não são majestosas como as rosas,
elegantes como as tulipas ou perfumadas como os lírios
A magia delas está no carinho das
mãos que se tocaram antes de fazê-las
e dos lábios que se uniram antes
de oferece-las um ao outro
Guardamos nossas flores de papel...
Mas se guardá-las teve algum
significado maior que a própria gentileza,
somente quem as guardou pode
saber
Nem o tempo, que tudo espreita,
nem o desejo, que tudo quer
podem prever o que floresce ou
desvanece em nossos pensamentos
Guardamos nossas flores de
papel...
Mas as guardamos como se guarda
os sonhos e o vento, que se extinguem com o despertar e o nascer do sol?
Ou as guardamos como se guarda a saudade e a lembrança do sabor de um ótimo beijo, que se enebriam de desejo na ausência para depois se entorpecer de prazer em um esperado reencontro?
Cristian Menezes 05-2024

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