quarta-feira, abril 8

Poesia: Eu tempestade



Sempre que começa a formar tempestade, vou à janela para apreciar. Sim, para apreciar a tempestade. Porque me identifico com a tempestade, SOU tempestade. Amanhece tudo quieto, bucólico até…pássaros, claridade, leve brisa. Parece que o dia inteiro vai transcorrer normalmente e, de repente, a tempestade muda tudo. Ventos fortes começam a soprar não se sabe de que nem em que direção. Os pássaros buscam abrigo, as nuvens, que antes estavam quietas, imóveis, começam a se movimentar freneticamente, se juntam e se dissolvem até formarem grandes cúmulos, carregados, cinzentos, tamanha energia que até o sol, o Astro Rei, se esconde envergonhadamente. Quando caprichosa, e nem sempre é, começa com leves respingos, que vão aumentando, ficando cada vez mais fortes, “chuvisco engana trouxa” até cair como ‘canivetes’, surpreendendo, assustando, removendo, revolvendo, envolvendo a todos e a tudo…e aí, quando bem entende, não se sabe porque, não se consegue prever…simplesmente se acalma…vai enfraquecendo, compreendendo, se enamorando…e para, deixando o dia seguir seu curso.

Por Cristian Menezes – 04/20

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