IDEOLOGIA
Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas
concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo
ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o
sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de
visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações
sociais e, principalmente, políticas. Para
autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser
considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva,
alienando a
consciência humana.
Para alguns,
como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. Os pensadores adeptos
da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação
que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais
qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma
formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas
que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e
concentra-se no aspecto das relações de dominação.
A origem do
termo ocorreu com Destutt de Tracy, que criou a palavra e lhe deu o primeiro de seus
significados: ciência das ideias. Posteriormente, concluíram que esta palavra
ganharia um sentido novo quando Napoleão chamou De
Tracy e seus seguidores de "ideólogos" no sentido de
"deformadores da realidade". No entanto, os pensadores da Antiguidade Clássica e da Idade Média já
entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões de uma sociedade.
Karl Marx desenvolveu
uma teoria a respeito da ideologia na qual concebe a mesma como uma consciência
falsa, proveniente da divisão entre o trabalho manual e o intelectual. Nessa
divisão, surgiriam os ideólogos ou intelectuais que passariam a operar em favor
da dominação ocorrida entre as classes sociais, por meio de ideias capazes de deformar
a compreensão sobre o modo como se processam as relações de produção. Neste
sentido, a ideologia (enquanto falsa consciência) geraria a inversão ou a
camuflagem da realidade, para os ideais ou interesses da classe dominante.
Concepção crítica
O uso crítico do
termo ideologia pressupõe uma diferenciação implícita entre o que vem a ser um
"conjunto qualquer de ideias sobre um determinado assunto" (concepção
neutra sinônima de ideário), e o que vem a ser o "uso de ferramentas simbólicas
voltadas à criação e/ou à manutenção de relações de dominação" (concepção
crítica). A partir deste ponto-de-partida comum a todos os significados do
termo ideologia que aderem à concepção crítica, o que se tem são variações
sobre a forma e o objetivo da ideologia. A principal divergência conceitual da
concepção crítica de ideologia está na necessidade ou não de que um fenômeno,
para que seja ideológico, necessariamente tenha de ser ilusório, mascarador da
realidade e produtor de falsa consciência. A principal convergência conceitual,
por outro lado, está no pré-requisito de que para um fenômeno ser ideológico,
ele necessariamente deverá colaborar na criação e/ou na manutenção de relações
de dominação. Ainda, no que se refere às relações de dominação, há diferentes olhares
sobre quais destas relações são alvo de fenômenos ideológicos: se apenas as
relações entre classes sociais, ou também relações sociais de outras naturezas.
Alguns questionamentos neste sentido possuiriam respostas diferentes a depender
do autor crítico:
Para que algo
possa ser concebido como ideológico, deve necessariamente haver ilusão,
mascaramento da realidade e falsa consciência? Marx responderia que sim.
Thompson responderia que estas são características possíveis, mas não
necessárias, para a existência de ideologia;
A única dominação
à qual se refere a ideologia é aquela que ocorre entre classes sociais? Marx
novamente diria que sim. Thompson complementaria com uma lista de outras formas
de dominação também existentes na sociedade: entre brancos e negros, entre
homens e mulheres, entre adultos e crianças, entre pais/mães e filhos(as),
entre chefes e subordinados, entre nativos e estrangeiros.
Para aqueles que
adotam o termo ideologia segundo a concepção crítica, não faz sentido dizer:
que um indivíduo ou grupo possui uma ideologia; que existem ideologias
diferentes que cada um tem a sua própria ideologia; que cada partido tem uma
ideologia; que existe uma ideologia dos dominados. Ideologia, pela concepção
crítica, não é algo disseminável como é uma ideia ou um conjunto de ideias;
ideologia, neste sentido crítico, é algo voltado à criação/manutenção de
relações de dominação por meio de quaisquer instrumentos simbólicos: seja uma
frase, um texto, um artigo, uma notícia, uma reportagem, uma novela, um filme,
uma peça publicitária ou um discurso.
Em Ideologia e
cultura moderna, John B. Thompson
procurou fazer uma análise crítica sobre as formulações para o termo ideologia propostas
por diferentes autores, que ele classificou segundo duas concepções: neutras
e críticas. Neste sentido, Thompson considerou as formulações propostas
por Destutt de Tracy, Lênin, Georg Lukács e a "formulação geral da
concepção total de Mannheim" como concepções neutras de ideologia;
já as formulações de Napoleão, Marx (concepções polêmica, epifenomênica e
latente) e a "concepção restrita de Mannheim" viriam a ser concepções
críticas de ideologia. O próprio Thompson, finalmente, ofereceu a
seguinte formulação (crítica), apoiada na "concepção latente de
Marx": "ideologia são as maneiras como o sentido serve para
estabelecer e sustentar relações de dominação".6
Esta formulação proposta por Thompson é carregada de significados:
Discurso
O discurso
tem uma dimensão ideológica que relaciona as marcas deixadas no texto
com as suas condições de produção, que se insere na formação ideológica. Essa
dimensão ideológica do discurso pode tanto transformar quanto reproduzir as
relações de poder. Para Marx,
essa dominação se dá pelas relações de produção
que se estabelecem, e as classes que estas relações criam numa sociedade.
Por isso, a ideologia cria uma "falsa consciência" sobre a realidade
que tem como objetivo reforçar e perpetuar essa dominação. Já para Gramsci,
a ideologia não é enganosa ou negativa em si, mas constitui qualquer ideário de
um grupo de indivíduos; em outras palavras, poder-se-ia dizer que Gramsci
rejeita a concepção crítica e adere à concepção neutra de ideologia. Para Althusser,
que recupera a ótica marxista,
a ideologia é materializada nas práticas das instituições,
e o discurso, como prática social, seria então “ideologia materializada”.
Para Paulo Freire,
a ideologia tem a ver com a ocultação da verdade dos fatos, com o uso da
linguagem para encobrir a realidade.
Alienação
Alienação
tem diversos significados, pode ser uma cessão de bens, transferência de
domínio de algo ou uma perturbação mental.
A alienação
é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios.
Os
indivíduos alienados não têm interesse em ouvir opiniões alheias, e apenas se
preocupam com o que lhe interessa, por isso são pessoas alienadas.
Um indivíduo
alienado pode ser também alguém que perdeu a razão, ou seja, que está louco.
Na
psicologia, o termo alienação designa os conteúdos reprimidos da consciência e
também os estados de despersonalização em que o sentimento e a consciência da
realidade se encontram fortemente diminuídos.
A alienação
de bens é o ato ou efeito de alienar uma propriedade ou um bem, ou seja, ceder
para outrem a posse.
Alienação na Filosofia
A filosofia
do direito do século XVIII, abordava a alienação como a renunciação de algumas
liberdades individuais a favor do Estado.
No sentido
estritamente filosófico, entende-se por alienação o processo ou estado em que
algo ou alguém é ou se converte num estranho para si próprio (distante,
desconhecido, alheio, outro).
Alienação Social
A alienação
social está relacionada com um estado mental do ser humano.
Neste estado
mental, ele não compreende que é o formador da sociedade e da política, e
aceita tudo sem questionar.
A alienação
social incapacita o pensamento independente do ser humano, e ele passa a
aceitar tudo como algo natural, racional ou divino.
Este tipo de
alienação é considero o oposto do pensamento crítico, por exemplo.

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