quarta-feira, outubro 18

FILOSOFIA

Filosofia Medieval - Patrística e Escolástica


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 A Idade Média compreende o período que vai da queda do Império Romano (séc. V)
ao séc. XV. São 10 séculos ou mil anos de história, em que se consolida o feudalismo, com a nobreza no poder. 

Esse período é marcado pela força espiritual e política da Igreja católica. A nobreza é ignorante, o conhecimento fica restrito aos mosteiros. A grande questão discutida é a relação entre a fé e a razão, entre filosofia e teologia. 
A filosofia cristã comportou dois grandes períodos: 
Patrística: do século I até o século VI 
Escolástica: do século XIII ao século XIV 

Filosofia Patrística (século I ao VII): difusão, consolidação e constituição do cristianismo.
É anterior ao início da Idade Média, mas é o período em que se faz a síntese da doutrina cristã e a filosofia grega, tendo forte influência para a filosofia medieval. 
Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João. A Patrística vem dos apóstolos Paulo e João e também de Padres da Igreja, que foram os primeiros dirigentes espirituais e políticos da Igreja após a morte dos apóstolos. Com o desenvolvimento do cristianismo, tornou-se necessário explicar seus preceitos às autoridades romanas e ao povo. Não podia ser pela força, mas tinha que ser pela conquista espiritual. 
Os primeiros pensadores padres elaboraram textos sobre a fé e a revelação cristã. Buscaram conciliar o cristianismo ao pensamento filosófico dos gregos, pois somente com tal conciliação seria possível convencer e converter os pagãos da nova verdade. Tenta basear a fé em argumentos racionais. 
A filosofia patrística tem a tarefa de evangelizar e defender a religião cristã contra os ataques teóricos e morais do pensamento antigo. 
A filosofia patrística introduz ideias novas: a criação do mundo por Deus, pecado original, Deus e a trindade una, encarnação e morte de Deus, juízo final, ressurreição, origem do mal. 
As ideias cristãs eram impostas pelos Padres por meio das verdades reveladas  por Deus, eram verdades irrefutáveis e inquestionáveis: os dogmas. 

O grande tema de toda a filosofia patrística era conciliar razão e fé. 

Filosofia da Escolástica (sec. IX ao sec. XV): A Igreja Romana, cada vez mais forte, dominava a Europa, organizava cruzadas, criava as primeiras universidades e escolas. Essas escolas ensinavam várias matérias, gramática, geometria, aritmética, música, astronomia, todas elas submetidas à teologia. A escolástica continua o trabalho de adequar a herança do pensamento filosófico clássico às verdades teológicas. 
O auge da Escolástica se dá com Santo Tomas de Aquino, no séc. XIII, que busca sua fundamentação na sabedoria de Aristóteles. A obra de Aristóteles – metafísica, lógica, científica, filosófica, passa a ser de grande interesse na época. São Tomas de Aquino vai desenvolver um sistema compatibilizando o aristotelismo e o cristianismo. 
Há uma intensa retomada da filosofia grega, mas com o objetivo de compatibilizar e reinterpretar o conhecimento clássico de Aristóteles à luz das crenças religiosas. Uma das principais preocupações dos filósofos medievais era fornecer argumentações racionais, espelhadas nas contribuições dos gregos, para justificar as chamadas verdades reveladas da Igreja, tais como a da existência de Deus, a imortalidade da alma. 
Nesse período, a Igreja Católica consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo, preservando muitos elementos da cultura greco-romana. É a época feudal, em que a Igreja Católica surge como força espiritual, política, econômica e cultural. Apoiada em sua forte influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval; ampliou sua riqueza, tornando-se dona de quase um terço das terras da Europa e, no plano cultural estabeleceu que a fé era o pressuposto da vida espiritual. Fé significava a crença irrestrita às verdades reveladas por Deus. É a religião que vai fundamentar os princípios morais, políticos da sociedade medieval. 
A principal discussão desse momento é a questão da razão e da fé, da filosofia e da teologia. As investigações científicas e filosóficas não poderiam contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Nesse período surge propriamente a filosofia cristã, a teologia. Seu tema principal é a prova da existência de Deus e da imortalidade da alma, ou seja, a prova racional da existência do criador e do espírito imortal, com o propósito de explicar a relação homem e Deus, razão e fé, corpo e alma, e o Universo como hierarquia de seres, onde os superiores – divinos – dominam os inferiores.

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